O Brasil deve fechar 2016 com uma queda de 3,4% no PIB, em grande parte puxada pela redução de 6,5% na produção industrial. Já, em 2017, o PIB terá uma leve recuperação, com um aumento previsto de 0,8%. A Bahia deverá seguir um caminho semelhante: em 2016 o PIB estadual registrará queda de 4,5%, mas em 2017poderá crescer 1,6%. As previsões foram anunciadas pelo presidente da FIEB, Ricardo Alban, durante coletiva à imprensa, na última quarta-feira (dia 07.12).
O impacto desse desempenho negativo em 2016 é traduzido pela perda de 16,4 mil postos de trabalho, dos quais 85% somente na construção civil, segmento que normalmente é um dos primeiros a sentir os efeitos da recessão. De acordo com Ricardo Alban, no curto prazo a indústria tende a aproveitar a capacidade ociosa existente, assim como aproveitar as oportunidades externas, aproveitando o câmbio favorável. Citou como exemplo dessa última opção o anúncio, feito pela Ford Camaçari, de reintroduzir o 3º turno.
Se o setor industrial teve, em 2016, um de seus piores anos, 2017 pode representar o ponto de inflexão, a partir do qual espera-se a volta, ainda que tímida, do crescimento. É o que se espera, segundo Ricardo Alban, da Construção Civil, cuja área habitacional deve apresentar modesta melhora. O mesmo deve ocorrer nas áreas de Plástico e Borracha, Químico/Petroquímico, Automotivo e Celulose e Papel. Outros segmentos, como Metalurgia Básica, Alimentos e Bebidas, Refino de Petróleo e Produção de Álcool, devem permanecer estagnados.
DESEMPENHO DO SISTEMA
Mesmo com queda de 4% na arrecadação, o Sistema FIEB fechará 2016 mantendo estável o número de empresas industriais atendidas por seus programas e serviços (2.476 de janeiro a outubro, contra 2.964 em todo o ano de 2015). Os números do Sistema impressionam: o SENAI, por exemplo, atendeu 752 empresas e realizou mais de 73 mil matrículas, de janeiro a novembro.
Já o SESI atendeu 1.570 empresas no programa Educação do Trabalhador, com quase 56 mil matrículas. Na educação regular foram 4.173 matrículas. Na área de Segurança e Saúde no Trabalho, o SESI atendeu 2.549 empresas. Por sua vez, o IEL atendeu a 10.224 estudantes em estágio supervisionado.
Para fazer frente aos desafios de 2017, o presidente da FIEB, Ricardo Alban, anunciou investimentos totais de R$ 130 milhões, em unidades da capital e interior. “Planejamos investir, apesar da crise, cujo impacto na arrecadação tem sido grande, pois entendemos que o momento exige mudança de paradigma”, afirmou Ricardo Alban. Um dos projetos mais ambiciosos é o Cimatec Industrial, que prevê a construção de uma pista multiuso, para testes automotivos e uso na área da aviação; e um instituto de ponta na área de saúde.