CAIS avança na inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

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Uma empresa júnior voltada para a produção de sequilhos e a encenação de uma versão sertaneja de Romeu e Julieta, de William Shakespeare, são dois resultados das oficinas do Centro de Apoio à Inclusão Social (CAIS) do SESI Itapagipe, que comemorou nesta terça-feira, 28.8, o encerramento da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla com o 1º Festival de Música da Pessoa Com Deficiência.  O evento reuniu no local 219 artistas do Grupo Experimental de Percussão do SESI, do Espaço Via Ponte e da Banda Opaxorô, mantida pela Apae.
 
O CAIS é o serviço do SESI Bahia que oferece capacitação profissional de jovens e adultos com deficiência intelectual que têm potencial de inclusão no mercado de trabalho, além de assessoria para as escolas particulares na realização do AEE (Atendimento Educacional Especializado) e cursos referentes a educação inclusiva. 
 
A unidade conta com sete professores para 65 jovens, divididos em seis turmas, a partir do nível de desenvolvimento cognitivo, de cada um. Os estudantes aprendem educação física, música, teatro, incentivo ao mercado de trabalho, artes plásticas, produção de material reciclável, desde a separação de material até a reciclagem.
 
“Trabalhamos na inserção no mercado de trabalho, com cursos que desenvolvem as habilidades de cada um”, afirma a pedagoga Rosane Carmen. Ela explica que os aprendizes que têm mais aptidão ao atendimento ao público, fazem treinamento nessa área.  Quem tem talento para a produção atua na área de reciclagem de papel, fazendo cadernos e agendas.  E os que demonstram talento para administração, estudam gestão e rotinas administrativas. As oficinas duram de seis meses a um ano.
 
O foco maior é a capacitação para o trabalho na indústria, mas há vagas para todos os setores, além do incentivo ao empreendedorismo. Em parceria com o SENAI, 30 estudantes do CAIS participam de uma empresa júnior, batizada de Sabores e Delícias do CAIS, que produz sequilhos que são comercializados na própria unidade. “No final do ano, o dinheiro obtido com as vendas será usado em uma confraternização dos estudantes”, conta Rosane. 
 
 
TEATRO
 
Professor de teatro do CAIS, Maicon Alisson Silva dos Santos considera que o centro tem uma “singular importância”. Por valorizar e incentivar, além de aumentar a formação das pessoas com deficiência. “A gente entende que há um campo de ação muito resumido para essas pessoas.  Quando a gente capacita estas pessoas, incentiva a desenvolver uma autonomia tanto em suas casas quanto em outros espaços, viabilizando, inclusive, o acesso ao mercado de trabalho. A gente acredita que isso vai contribuir em muito não apenas para a pessoa como para os seus familiares, que também acreditam nos aprendizes e querem que eles se desenvolvam”, disse.
 
Sobre o festival, Rosane pontua que a intenção desse projeto é fomentar a semana comemorativa da pessoa com deficiência que, segundo ela, é uma oportunidade para repensar a situação dos estudantes. “É um momento para celebrar esse dia e dar visibilidade para essas pessoas”, destaca a pedagoga do CAIS.
 
Maicon lembra que, infelizmente, a sociedade, em grande parte, não acredita na possibilidade de desenvolvimento das pessoas com deficiência intelectual, mas assinala que o trabalho do CAIS vai justamente no sentido oposto. “Estamos reunidos aqui, a Apae, o Via Ponte e o CAIS, com o intuito de apresentar para a sociedade de que a deficiência não é questão principal.  A deficiência é um item que acompanha a pessoa. Entretanto, eles têm as habilidades, muitas escondidas. O nosso desejo aqui é revelar através das artes, hoje em especial da música e também da dança, as habilidades que as pessoas têm”, comenta.
 
Na primeira semana de outubro, o grupo deve estrear, no próprio SESI Itapagipe, uma versão sertaneja de Romeu e Julieta. “Eles têm um movimento muito interessante quanto à criação artística. Às vezes, é necessário que se construa um outro formato de ensino, mas isso é educação.  A gente não pode pensar um padrão universal de educação. É preciso buscar formatos de alcançar o educando e fazer com que ele se desenvolva”, declara.
 
 

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