Alunos do Programa de Iniciação Científica em tecnologias Verdes da Escola SESI Djalma Pessoa — Foto: Gilberto Jr./Coperphoto/Sistema
À vontade entre reagentes, tubos de ensaios e microscópios, eles estão buscando compreender os fenômenos naturais e sociais e encontrar soluções que extrapolam as experiências de sala de aula. Estamos falando de estudantes com idades entre 15 e 18 anos que têm em comum o gosto pela ciência e encontraram nas escolas da Rede SESI de Educação na Bahia o ambiente propício para desenvolver estas habilidades, seja nas ciências exatas, humanas ou em linguagens.
Tudo começou a ganhar forma a partir de 2012. Neste ano, o laboratório deixou de ser apenas um espaço de atividades complementares às aulas de química, física e biologia para funcionar como um espaço de produção de ciência, dando origem ao Programa de Iniciação Científica da Rede SESI. Desde então, de lá saíram projetos como a telha ecológica, feita com o reaproveitamento de resíduos da casca de coco, uma pesquisa com microalgas, que reduz a concentração de CO2 no ambiente, do bioplástico produzido a partir da fécula de mandioca e uso da casca de laranja como catalisador para a indústria de fármacos. Ou ainda, na área de humanas, pesquisa sobre as subjetividades em sala de aula, lançando um olhar sobre a mulher professora na Escola SESI, e desenvolvimento de um software para gerenciar o percurso formativo dos estudantes.
Laboratório da escola SESI Djalma Pessoa é dedicado à pesquisa em Tecnologias Verdes — Foto: Gilberto Jr./Coperphoto/Sistema FIEB
Atualmente, o programa tem mais de 200 estudantes inscritos de todas as sete escolas da capital e interior e, em 2020, este número irá chegar a 500 alunos. A principal novidade é que o SESI Bahia passará a oferecer aos seus estudantes bolsas de iniciação científica. “A bolsa não é o fim, mas um meio de fomentar ainda mais o engajamento dos estudantes que também precisam ser desafiados a gerir recursos para colocar em prática suas ideias”, explica a gerente de Educação e Cultura do SESI Bahia, Cléssia Lobo.
Coordenador do Programa de Iniciação Científica da Rede SESI, o professor Fernando Moutinho explica que o espaço do laboratório é usado para desenvolver competências e habilidades que vão além de experiências científicas. “O programa de iniciação científica e a inserção do estudante no desenvolvimento soluções para aplicações reais permitem que a gente trabalhe inovação e empreendedorismo – no sentido da capacidade de mobilizar recursos e pessoas para atingir um objetivo e colocar as hipóteses em prática”, detalha Moutinho. Para ele, neste ambiente, o estudante desenvolve capacidades socioemocionais, aprende a gerir conflitos, improvisar materiais e métodos, a lidar com a diversidade, além de exercitar a proatividade, o trabalho em equipe e habilidades técnico-científicas.