Encerrado no último sábado (14) em Salvador, evento celebrou projetos de robótica e de iniciação científica desenvolvidos por estudantes de 83 escolas brasileiras
Equipe SESI CAMBTEC vence Torneio Regional de Robótica FLL - Foto: Valter Pontes (Coperphoto)
l Projeto da Escola SESI Retiro ganha três categorias da FENIC - Foto: José Simões (Coperphoto)
Uma verdadeira celebração da juventude na ciência marcou o encerramento do I Festival SESI de Ciência, Tecnologia e Inovação, que aconteceu na tarde do último sábado (14), na Escola SESI Djalma Pessoa, em Piatã, Salvador. Por meio de atrações interativas, premiações do Torneio de Robótica, da 1ª Feira Nacional de Iniciação Científica, o evento revelou jovens talentos e proporcionou ao público uma experiência única, demonstrando que a ciência pode ser divertida, acessível e estar presente no dia a dia de todas as pessoas independentemente da idade.
Logo na sexta-feira (13), primeiro dia do Festival, já foi possível ver o entusiasmo das crianças e jovens que lotaram o ginásio da SESI Djalma Pessoa durante a cerimônia de abertura. Ao todo, participaram mais de 600 estudantes e 200 professores de 83 escolas brasileiras, além dos visitantes que puderam curtir e aprender ao mesmo tempo através de diversas atividades, como Cubo Mágico, museu interativo SESI Lab, jogos de tabuleiro e o Buzu Tec, um ônibus itinerante onde o público pôde ver na prática as etapas da programação de um robô.
Para Tereza Azevedo, que levou o filho Joaquim, além de ser uma boa opção para trazer a família, o evento promoveu o aprendizado de forma lúdica. “Meu filho tem dois aninhos e está se divertindo muito. Tem muitas opções tanto para ele quanto para crianças maiores brincarem e é interessante porque estimula os meninos a estudarem, a gostarem de ciência de um jeito que faz sentido para os jovens. Com uma brincadeira você já estimula uma criança, e ela já vai pegando o gosto pela coisa”, afirmou Tereza.
Premiação – Em quase todos os ambientes do festival, era possível escutar os gritos ansiosos e animados que vinham do ginásio. Foi assim que as 51 equipes de estudantes vindas de 16 cidades do país esperavam e recebiam os resultados do maior Torneio Regional de Robótica FIRST LEGO League (FLL) Challenge já realizado na Bahia.
Com o tema SUBMERGED, a temporada de 2024 do FLL teve como foco o oceano e desafiou estudantes a desenvolverem formas criativas e robóticas capazes de resolverem problemas ambientais marinhos. Após as apresentações dos projetos durante dois dias de evento, a cerimônia de premiação consagrou a equipe SESI CAMBTEC 12555 como a grande vencedora da competição.
Classificada 1º lugar (Champions Awards) para a etapa nacional, a SESI CAMBTEC terá a companhia de outras cinco equipes, quatro delas da Bahia: Robocoe (Aracaju/SE), RoboLife (SESI Candeias), Nasa (Ilhéus/BA), Chronos (Itapagipe/BA), FLASH LIGHT (Salvador/BA). O novo desafio será entre os dias 12 a 15 de março, em Brasília.
Na avaliação do líder técnico de Robótica Educacional do SESI Bahia e coordenador do Torneio de Robótica, Fernando Didier, a quantidade de equipes na edição deste ano confirma o período de ascensão da FLL, que acontece há mais de 20 anos na Bahia.
“Estamos mostrando que a FLL veio de fato para ficar e consolidar não só o nome da Rede SESI na área de tecnologia, mas principalmente o caminho de oportunidades que essas equipes, principalmente os alunos, têm com a robótica. A grandiosidade do evento que foi presenciado pelo público com 51 equipes é apenas o começo de uma nova era para a robótica educacional”, garantiu Didier.
O grupo vencedor da etapa regional, formado por estudantes da Escola SESI Abelardo Lopes, de Alagoas, criou, além de um robô que se destacou pela performance nas categorias Desafio Robô e Desempenho Robô, um pirulito que inibe o enjoo das pessoas nas embarcações como parte de seu projeto de inovação. De acordo com o técnico da SESI CAMBTEC, Eduardo Monteiro, os estudantes se reuniram com diferentes profissionais da área de saúde, como neurologistas e otorrinolaringologistas, e descobriram produtos naturais que poderiam resolver o problema do mal-estar em alto mar.
“Agora estamos em fase de teste e já compartilhamos com o público-alvo, que são pessoas que trabalham com embarcações, e também com profissionais da área de saúde. E no final, é algo que encanta realmente de ver como os alunos conseguem se desenvolver e passar por todas as dificuldades num curto espaço de tempo, porque uma temporada é muito rápida e é muita coisa para ser construída”, reconhece o técnico.
Para o integrante da equipe Rodrigo Suruajy, de 12 anos, a conquista do campeonato foi um momento marcante. “O torneio em si é incrível. Todo mundo me falava que eram muito bons, eram muito animados. Mas eu nunca consegui entender direito. Só vindo aqui para conseguir entender como realmente é. E eu vim pela primeira vez e já saí campeão, foi muito emocionante quando apareceu o Champions Award para a SESI CAMBTEC. A gente ficou muito feliz”, comemorou Rodrigo.
Voando alto e veloz - Outra premiação emocionante do Torneio de Robótica durante o I Festival SESI CTI foi da seletiva do programa F1 in Schools. Desde 2019, a modalidade encoraja estudantes de 9 a 19 anos da rede SESI a criar uma empresa júnior, modelar uma réplica de carro de Fórmula 1, administrar uma escuderia e captar patrocinadores para competir em uma pista de corrida em miniatura.
A equipe vencedora foi a escuderia Pegasus, classificada em 1º lugar para concorrer na etapa nacional, além de premiada em outras sete categorias: Escrutínio, Empreendimento, Carro Mais Veloz, Identidade Visual, Apresentação Verbal, Gestão de Projeto e Corrida Mata Mata.
Composta por cinco estudantes da Escola SESI Djalma Pessoa, local sede do festival, a Pegasus foi liderada por Maria Júlia Silva de Jesus, que também é a gestora de projetos e finanças da escuderia. Segundo ela, a F1 in Schools prepara os participantes para a vida, porque eles têm a possibilidade de desenvolver habilidades pessoais e para o mercado de trabalho.
“A gente tem sempre buscado desenvolver o trabalho em equipe, de lidar com as pessoas, de ter uma boa comunicação e a questão também do inglês, que é uma das principais premissas da F1. E um lema que temos para a nossa equipe é que a gente sempre busca voar mais alto. E dessa vez voamos tão alto que conseguimos conquistar o primeiro lugar no Regional da Bahia e a gente vai para o Nacional pela primeira vez”, celebrou Maria Júlia.
Também foram classificadas para a etapa nacional da F1 in Schools as escuderias Sevenspeed, da Escola SESI Reitor Miguel Calmon (Salvador/BA), e Star Racing, da Escola SESI José Carvalho (Feira de Santana/BA).
FENIC distribui 22 prêmios e terá projeto da Bahia na Febrace
Montado na área do estacionamento da Escola SESI Djalma Pessoa, o palco da premiação da 1ª Feira Nacional de Iniciação Científica ficou repleto de jovens estrelas da ciência brasileira, na tarde do último sábado (4). Dos 120 projetos de pesquisa selecionados para exposição, 22 receberam prêmios em diferentes categorias.
O prêmio principal, a conquista de uma credencial para a Febrace, uma das mais conceituadas feiras pré-universitárias brasileiras, foi para o projeto da Escola SESI Reitor Miguel Calmon, localizada no bairro do Retiro, em Salvador, que também conquistou o 1º lugar em Ciências da Natureza com o projeto Nanotec, uma solução para despoluição de ecossistemas aquáticos.
Estudantes do Colégio Militar de Salvador, 1º lugar em Matemática e Engenharia, conquistaram credencial para o Prêmio Mucytec Chiclayo Perú. A Escola SESI Paulista, de Pernambuco, 1º lugar em linguagens, obteve uma credencial para participar do Prêmio Sudamericano de Ciencias y Tecnologías em Assunção, no Paraguai, também conquistada pelos estudantes do Colégio Estadual Mestre Paulo dos Anjos, localizado no Bairro da Paz.
Os projetos da feira foram desenvolvidos por 286 estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio e Técnico, de escolas públicas e privadas de 13 estados do país. Vindos de Contagem, no interior de Minas Gerais, os três estudantes da Escola SESI Alvimar Carneiro de Rezende, Ana Clara Marinho, Henique Hercy Ferreira e Carolina Mendes ganharam dois prêmios com o projeto AQUAEDUTECH: Integrando Inteligência Artificial, Arduino Uno, e Educação STEM para avanços tecnológicos na aquicultura: 3º lugar na categoria Matemática e Engenharia e o Prêmio Escola SESI.
Para Ana Clara, de 18 anos, participar da FENIC foi uma oportunidade muito importante para elas e seus colegas, que cursam a 3ª série do Ensino Médio. “Estar aqui é grandioso demais, a gente veio tão longe e foi muito maravilhoso a gente ter sido contemplado com o terceiro lugar, porque é um projeto que está sendo planejado há mais de um ano”, declarou.
Segundo o orientador do projeto, Wellington Soares, “só através de propostas como a da FENIC que a gente consegue minimizar impactos ambientais e também ter responsabilidade social e ao mesmo tempo, auxiliando a indústria”.
Em Ciências Humanas, a equipe da Escola SESI Reitor Miguel Calmon conquistou o 1º lugar com um projeto sobre as tratadoras de pescado na baía de Itapagipe, em Salvador. Outra pesquisa premiada foi Desenvolvimento de um sistema de filtragem para tratamento de água na comunidade do Bairro da Paz, feito a base do carvão ativado proveniente da casca de coco (cocos nucifera).
O estudo foi desenvolvido por Ana Beatriz Mascarenhas Cerqueira e Mayara Santana dos Santos, estudantes do Colégio Estadual Mestre Paulo dos Anjos, em Salvador, e venceu em três categorias: 2º lugar de Ciências da Natureza, Prêmio SENAI Cimatec de Ciência, Tecnologia e Inovação e o Prêmio Sudamericano de Ciencias y Tecnologías, que deu uma credencial às alunas para a feira científica que acontece em Assunção, capital do Paraguai.
Na avaliação do gerente de Educação Científica e Tecnológica do SESI, Fernando Moutinho, a grande quantidade de projetos inscritos na FENIC e a presença do público na primeira edição do Festival SESI CTI demonstrou a importância de um evento que promova a ciência e a inovação de maneira acessível em Salvador.
“Depois do evento realizado, eu acho que o resultado foi tão bom quanto a gente sonhou. Para a primeira edição da FENIC, por exemplo, nós tivemos cerca de 400 projetos inscritos de diversos municípios. Então nós vimos o quanto um festival com essa agenda de ciência, tecnologia e inovação é necessário na cidade, presenciamos aqui famílias, estudantes de várias faixas etárias e foi bacana ver todo mundo ali aproveitando a ciência de forma interativa”, relatou Fernando Moutinho.
Atração premiada - Presente como uma das atrações interativas, o Torneio de Cubo Mágico foi o único que contou com premiações nos dois dias de festival. Na sexta-feira (13), aconteceu o Master Cube Salvador A, e no sábado (14), o Master Cube Salvador B, competições organizadas pela World Cube Association (WCA).
O torneio contou com participação do público e de grandes nomes do quebra-cabeça tridimensional, como a influencer digital e youtuber Suzane Coelho, de 25 anos, que é referência na prática e venceu nas categorias 2x2 (2º lugar) e 3x3 (1º lugar) do Master Cube A.
“É muito interessante para os competidores terem eventos como o Festival SESI, que incentivam a prática do esporte. Apesar de não ser tão divulgado, ele traz diversos benefícios, melhora o raciocínio lógico, a concentração, coordenação motora, e tira muito as crianças do celular, que é algo muito necessário hoje em dia. Na época da escola, a prática melhorou a minha questão de raciocínio, e eu realmente amo muito trabalhar com isso”, afirmou Suzane.
Para conferir a lista completa dos premiados no I Festival SESI de CTI, clique aqui.